O que aprendi sobre marketing lendo livros que não são de marketing

Eu amo ler. Mas confesso: nunca fui muito dos livros técnicos de marketing, nem dos de autoajuda. Não que eu tenha algo contra, mas sempre senti que olhar para a vida fora do meu nicho me traz insights muito mais poderosos. É como se, ao me afastar do óbvio, eu conseguisse voltar pro marketing com novas lentes.

Nos últimos meses, dois livros em especial mexeram comigo.

Sobre a brevidade da vida – Sêneca

“Como você vive enquanto aguarda a morte?”

O livro lembra que o tempo não deve ser usado só como um remédio para ansiedades futuras, mas como aliado para viver o agora. A vida não é breve, nós é que a transformamos em algo cheio de rupturas, distrações e pressas desnecessárias.

E aí eu pensei no marketing. Na nossa obsessão por novidades, tendências e aceleração. Que tipo de profissional eu quero ser? Quero viver nessa corrida sem fim ou quero criar de um jeito que faça sentido pra mim, no meu tempo e na forma como expresso o que sinto?

Eu só existo no olhar do outro – Ana Sue & Cristian Duker

Esse livro é quase um espelho. Ele fala sobre como vemos, como queremos ser vistos e como o olhar do outro nos define.

Me fez questionar até que ponto estamos tão cronicamente online que passamos a basear nosso valor em validações rasas: likes, comentários e aparências. Será que aquilo que eu vivo, conquisto, compro ou sinto só tem peso se aparecer na internet?

Não acho que a gente precise nascer sabendo quem somos — até porque estamos sempre mudando. Mas a pergunta é: até que ponto a nossa identidade está sendo moldada apenas pelo olhar externo?

Esses dois livros me fizeram lembrar que o marketing também é sobre isso. Sobre tempo, sobre olhar, sobre escolhas. Não adianta só falar de estratégias se a gente não entende o que realmente move as pessoas.

Minha dica é se aventurar a abrir o olhar para além dos livros técnicos. Quando a gente expande as referências, expande também o pensamento crítico.